16 de setembro de 2013

Moção de apoio a luta dos estudantes do ITA


No dia 27/08 tivemos uma surpresa ao sabermos que os alunos do Instituto Tecnológico da Aeronáutica, haviam paralisado pela manhã suas atividades, e para conseguir parar uma instituição desse porte, onde há relações militares, é de se pensar que algo deve estar muito errado lá dentro.

A perseguição acadêmica feita pelos professores aos alunos, algo que é comum em algumas universidades aos que se levantam em questões de injustiças, não é diferente no ITA. Docentes que acham que a forma de ensino deve ser verticalizada, onde ele é o dono do conhecimento, e quando há o questionamento do aluno, o responde através uma forma abusiva. Isso não deve ocorrer!
Em nome de uma tradição, para manter o ITA na "primeira classe" das instituições de ensino, alunos e professores são agredidos todos os dias. A excessiva pressão sobre os alunos inclusive vem causando diversos problemas psicológicos nos mesmos.

A ANEL repudia tais atos desses professores , que utilizam uma pedagogia do medo para intimidar seus alunos, e da reitoria que nada faz para mudar.. E está ao lado do estudantes pedindo que estes sejam mais ouvidos, tenham mais participação nas deliberações do Instituto e tenham incentivo durante sua passagem pelo ITA, para assim ter um ensino de qualidade.
Essa luta é justa, essa luta é necessária e os alunos do ITA tem o apoio da ANEL.

11 de setembro de 2013

ANEL SP lança campanha de solidariedade à ocupação Esperança!


No dia 24 de agosto de 2013, cerca de 100 famílias ocuparam um terreno no bairro de Santa Fé, em Osasco, com o apoio do Movimento Luta Popular (CSP – Conlutas). Até o dia 06 de setembro, 100 famílias tinham se transformado em 1000. Mil famílias que não possuem o direito à moradia, que lhes é garantido pela constituição. Mil famílias que se encontram em situação precária de higiene, alimentação, saneamento, enfim, de vida. Mil famílias que resistem, que se organizam e que lutam.
Esta já é a terceira ocupação feita em menos de dois meses. O terreno ocupado agora pertence à empresa KJ Kady Jacqueline Ltda, e seria destinado para um heliporto. “Seria”, porque não é mais. Agora é o lar de centenas de famílias. Como já se identifica nas portas, agora é o LAR de centenas de Joãos, de Marias e de Amarildos. A prefeitura de Osasco já tentou desocupar o local por diversas vezes, e insiste para que as famílias entrem na lista de cadastramento do programa “Minha Casa, Minha Vida” e simplesmente esperem – que esperem sua vez, atrás dos 43 mil cadastrados, num programa que entregou apenas 420 moradias em 4 anos. Não, sr. Prefeito Jorge Lapas, eles não vão esperar, NÓS NÃO VAMOS ESPERAR! Queremos moradia e queremos agora!
A ANEL não pode ficar omissa frente à luta de milhares de trabalhadores, oprimidos e esquecidos pelo governo. NÃO ESPERAREMOS. A OCUPAÇÃO ESPERANÇA RESISTE, ENTÃO NÓS RESISTIREMOS!

Em apoio à Ocupação Esperança, A ANEL SP está lançando campanhas de arrecadação (de agasalhos, cobertores e brinquedos), financeira, para a compra de colchonetes, panelas e materiais para a construção de um parquinho para as crianças, que será feito em mutirão, e de divulgação, para visibilidade e pressão na Prefeitura de Osasco. Como evento para a campanha financeira, será realizado nesta sexta, 13/09, o Sarau Ocupa, no prédio de Ciências Sociais, na Cidade Universitária, às 18h. Compareçam, doem, ajudem, resistam! Pedimos também que alterem seus sobrenomes no Facebook para “Ocupação Esperança” – SOMOS TODOS ESPERANÇA!

Não queremos heliporto, queremos moradia!

TODO O APOIO À OCUPAÇÃO ESPERANÇA! ENQUANTO MORAR FOR UM PRIVILÉGIO, OCUPAR É UM DIREITO!


Interessados em participar das campanhas e mutirão, com doações ou iniciativas, contatem-nos:

Chamado ao I Encontro de Mulheres do Movimento Mulheres em Luta!


Nos dias 05 e 06 de outubro, acontecerá o I Encontro Nacional do Movimento Mulheres em Luta, na cidade de Sarzedo (próximo a BH), em Minas Gerais. A programação do evento inclui as mesas de debates “O avanço das lutas no Brasil e a força das lutas das mulheres”, com a blogueira Lola, do blog “Escreva, Lola, escreva”, e “A importância da organização e da estruturação do Movimento Mulheres em Luta”, além de plenárias de avaliação e estruturação, grupos de trabalhos temáticos (mulheres e educação, mulheres e movimento popular, trabalho doméstico, prostituição, mulher e transporte, mulher jovem, mulher lésbica e etc) e, é claro, a confraternização.
O Movimento Mulheres em Luta, filiado à CSP – Conlutas, nasceu da necessidade de organização de mulheres oprimidas – oprimidas enquanto trabalhadoras e oprimidas enquanto mulheres. Ainda hoje, o salário da mulher é cerca de 28% menor do que o do homem no Brasil. Ainda hoje, a responsabilidade pela casa e pelos filhos recai inteiramente na mulher, que, com sua “emancipação” ganhou o “digníssimo direito” à jornada dupla de trabalho. Ainda hoje, a mulher é explorada, em casa e no trabalho, e estigmatizada pela sociedade. Hoje, quando deveríamos estar no auge da consciência igualitária, estamos cada vez mais longe disso. De um lado, temos uma sociedade cada vez mais conservadora, que cobra estereótipos cada vez mais inatingíveis das mulheres, e lhe tolhe cada vez mais direitos essenciais (como a absurda proposta do Estatuto do Nascituro). Do outro, temos o patrão e o governo, arrochando nosso poder de compra, repassando a conta do empresariado para o bolso proletário, e tirando-nos direitos tão duramente conseguidos.

O Movimento Mulheres em Luta compreende que esse “cercamento” ideológico e classista não é coincidência – é proposital. Pois o capitalismo não existe sem a opressão e a discriminação. E a mulher, enquanto minoria, enquanto duplamente oprimida, precisa se organizar e lutar! Lutar por creches, por diminuição da jornada de trabalho, por equiparação de salários, por direito ao seu corpo, e, principalmente, pelo direito de ser mulher e contra a opressão!

A ANEL abraça a campanha do Movimento Mulheres em Luta, e convoca à todas para o I Encontro Nacional do Movimento Mulheres em Luta. Porque ser mulher é um direito, e lutar uma necessidade! A juventude feminina e feminista não pode ficar alheia à luta das trabalhadoras. O Movimento Estudantil precisa se conscientizar da necessidade da aliança operário-estudantil, pois juntos somos mais fortes! Não são só 20 centavos, e nem apenas a meia entrada – é todo um ciclo de opressão que precisa ser quebrado. Hoje somos estudantes, amanhã seremos as trabalhadoras que cumprem jornada dupla.
Todas juntas, porque a luta é uma só – a luta é nossa!

Informações:
Taxas
- Sindicatos: 250,00
- Minorias e oposições: 210,00
- Movimento Popular e estudantil: 150,00
- As taxas pagam estadia, creche (se necessário), café da manhã, almoço e janta por 2 dias, e ainda contribuem para a confecção dos materiais do encontro.

Ficha de inscrição, programação completa e mais detalhes: http://mulheresemluta.blogspot.com.br

4 de setembro de 2013

Fortalecer a Ocupação Esperança: é hora da solidariedade ativa

Vanessa Monteiro, diretora do DCE da USP




Antes mesmo de colocarmos os pés na Ocupação Esperança, nos deparamos com o recado na estrada: “Osasco precisa de mais moradia e menos heliporto”. Foi o prelúdio de um movimento que vem crescendo dia após dia no bairro de Santa Fé, em Osasco, próximo à rodovia Anhanguera. Ao longo da estrada, víamos famílias carregando malas sob o forte sol e em meio a nuvens de poeira. Homens e mulheres que estão fazendo a aposta de suas vidas: conquistar por suas próprias mãos o direito básico à moradia que lhes foi negado, direta ou indiretamente, pelos governos, seja municipal, estadual ou federal. 


Essa situação, expressão do enorme déficit habitacional da cidade e da precarização das condições de vida da população, fez o Movimento Luta Popular, em conjunto com centenas de famílias, protagonizou a Ocupação Esperança, desde a madrugada do dia 24 de agosto. Hoje, a ocupação já conta com mais de mil famílias, que resistem bravamente às ameaças do governo e da Polícia Militar.

No dia 31 de agosto, foi realizado um Ato em Solidariedade à Ocupação Esperança, seguido do “Samba pela Moradia”, atividades para dar visibilidade à ocupação e aproximar mais ativistas e 
organizações da luta. Estiveram presentes diversos movimentos sociais e entidades, como a ANEL, a CSPConlutas, o DCE Livre da USP, o Movimento Mulheres em Luta, entre outros. Às 14h, ocorreu uma assembleia para definir os próximos passos da mobilização, contando com a saudação de todas as 
entidades e movimentos presentes.  

Os moradores, a despeito de todas as dificuldades, estão otimistas quanto a possibilidade da regulamentação fundiária. Nas palavras de uma jovem moradora: “Ninguém disse que seria fácil, mas 
também não é impossível”. A ocupação enfrenta desde os primeiros dias, como era de se esperar, 
dificuldades que marcam um cenário de instabilidade. No dia 28 de agosto, a empresa K J Kady Jacqueline 
Limitadas, “proprietária” da terra, entrou com pedido de reintegração de posse em caráter emergencial. A 
juíza não concedeu a liminar de reintegração e convocou uma audiência para o dia 18 de setembro, às 18h,
para averiguação do caso e das causas da ocupação. Assim, foi conquistada uma primeira vitória. Com a 
audiência, os moradores e o movimento ganham mais tempo para se fortalecerem e somarem mais apoiadores à luta.

A Ocupação Esperança vem se consolidando a passos largos, dado o esforço e a abnegação de todos que lá estão. Num período de cerca de uma semana, vimos crescer diante de nossos olhos, onde antes havia apenas um terreno há anos abandonado, uma grande ocupação. Foram construídas cozinhas comunitárias, banheiros, um parquinho para as crianças e uma horta. A situação ainda é bastante precária: 
falta água, luz e mantimentos. Mas, para aqueles que têm de optar mensalmente pelo pagamento do aluguel ou pela alimentação de sua família, para os que sofrem com a precarização dos serviços públicos e com o descaso do Estado, ali está se construindo o embrião de muitos sonhos.

É fundamental a solidariedade ativa de todos os lutadores, entidades e movimentos sociais para o fortalecimento da ocupação diante a possibilidade iminente de uma desocupação policial. A juventude, devido ao respeito que ganhou na sociedade desde as mobilizações de junho, pode cumprir um papel 
valoroso ao fazer desta sua luta também. A ANEL é totalmente solidária à Ocupação Esperança. É 
importante que o conjunto do movimento estudantil se organize para ajudar da forma como puder: 
organizando caravanas, doações, divulgando notícias e assinando à moção de apoio. 


SE MORAR É UM PRIVILÉGIO, OCUPAR É UM DIREITO!